Cemig ainda pretende brigar para renovar concessões de usinas sem reduzir tarifas
JULIA BORBA Jornal Folha de São Paulo - de Brasília
29/01/2013 - 14h29
O diretor de finanças e relações com investidores da Cemig, Luiz Fernando Rolla, afirmou nesta terça-feira (29) que a empresa ainda acredita que tem direito a renovar os contratos de geração das usinas São Simão, Miranda e Jaguara segundo o mesmo modelo do contrato antigo, ou seja, sem ter de reduzir os custos como propôs a Lei encampada pela Presidente Dilma Rousseff.
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Segundo Fernando Rolla, a empresa está se preparando para rever despesas operacionais e processos gerenciais das áreas de transmissão e distribuição, que aderiram ao novo modelo do governo. Nesses segmentos, a companhia irá se adequar para atender as exigências do governo e reduzir as tarifas.
Já na área de geração, a Cemig optou por não prorrogar os contratos de três usinas, por defender que o contrato de concessão desses empreendimentos é diferente dos demais e garante direito à prorrogação, sem qualquer mudança de regras. Ou seja, sem deixar escolha para o poder concedente, para o governo.
"Nós entendemos que temos direito a essa prorrogação e vamos entrar no processo normal, vamos fazer uma solicitação de renovação da concessão de acordo com a regra do contrato", disse. "Queremos uma resposta oficial. Não recebemos nenhum comunicado [com essa decisão do governo]", completou.
O executivo da Cemig garante que a companhia vai reagir para defender seus interesses.
"Nós temos ainda um processo longo de discussão pela frente, uma discussão ampla com o governo. Se não conseguirmos convencer o governo, vamos convencer a Justiça", completou.
LEILÃO
Ainda de acordo com o diretor de finanças e relações com investidores da Cemig, a empresa não pretende participar dos leilões anunciados pelo governo para exploração de gás não convencional no país, previsto para ocorrer no fim do ano.
Segundo ele, a empresa já possui quatro blocos, em parcerias com outras companhias, para explorar esse tipo de gás, não sendo necessário concorrer por mais áreas de exploração.