Musgo e vagalume são usados em projetos sustentáveis
Jornal Folha de São Paulo - 23/01/2013 - 08h00
DO "NEW YORK TIMES"
A faxina de casa é uma guerra, uma batalha perpétua contra os soldados sorrateiros da natureza, sugerem os comerciais de TV. Como reflexo deles, por décadas, nós nos armamos com produtos de limpeza para matar bactérias, fungos e ácaros.
Mas a corrente que defende uma 'pacificação' no duelo entre natureza e a vida doméstica acaba de ficar mais forte. O motivo é o lançamento do livro "Bio Design: Nature, Science and Creativity" no mês passado pelo Museu de Arte Moderna de Nova York.
Escrito por William Myers, um escritor e professor de Nova York, "Design Bio" foca o movimento crescente de integrar fontes orgânicas ao dia a dia de uma residência como prática sustentável.
Entre os 73 projetos apresentados no livro, selecionados a partir de laboratórios e estúdios de design em todo o mundo, há lâmpadas que podem ser alimentadas pela luz de vagalumes, concreto que pode regenerar quando danificado, como a pele, e folhas de tabaco para decorar a casa.
Uma pequena carga elétrica que é produzida quando bactérias consomem compostos orgânicos liberados por uma "mesa de musgos", por exemplo, produz energia suficiente para acender uma lâmpada.
A inovação é fruto da colaboração dos cientistas britânicos Carlos Peralta e Alex Driver e do italiano Paolo Bombelli. Para conseguir absorver a carga elétrica pelos musgos, é utilizada uma fibra de carbono.
"Fomos condicionados a temer micro-organismos, mas na verdade eles podem ser úteis e têm sido por milênios", diz Myers.