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O que fazer com seu dinheiro em 2013

Por enquanto, o ano promete muito suspense, mas pouca agitação. É um bom momento para você se ajustar ao novíssimo cenário econômico

REVISTA ÉPOCA

FINANÇAS  - 15/01/2013

MARCOS CORONATO

Chegar a 2013 será um pouco como pousar num novo planeta, onde as leis do dinheiro são meio diferentes das que valeram no Brasil até recentemente. A taxa de juros básica está no menor nível da história, 7,25%. Ela vai puxando para baixo todas as outras – tanto as que contam contra nós, como os financiamentos para pagamentos de casa, carro e viagens, quanto aquelas a nosso favor, como investimentos no Tesouro Direto e fundos de renda fixa. A ameaça de uma catástrofe econômica na Europa, que prejudicaria bastante as famílias brasileiras, parece bem mais distante. Ao mesmo tempo, parece afastado também o clima de euforia com o Brasil que contagiou o mundo entre 2006 e 2010. O país ganhou mesmo nova relevância global (em parte, porque os países ricos empobreceram) e se mantém um dos mercados mais atraentes do mundo. Mas abre menos postos de trabalho e sofre com a ameaça de aumento da inflação. Diante de tanta mudança, o que fazer?

O momento é de algum suspense, porque pairam sobre nós ameaças variadas. E se o crescimento não deslanchar? Se o desemprego subir? Se a inflação avançar? Se a Europa tremer? O suspense não chega a ser paralisante, porque todas essas ameaças parecem um tanto remotas. Há grande chance de que 2013 seja um período calmo, bom para reorganizar planos, dívidas e investimentos (leia nossas sugestões no quadro). Seria mais difícil fazer arranjos assim em períodos agitados, como a febre com a Bolsa em 2003, a crise global aguda de 2008 ou a disparada dos preços dos imóveis em 2010. A maioria dos microempresários e profissionais autônomos também pode esperar um ano estável, mas não de forte crescimento. “É um momento para pensar no médio prazo. Estou tratando 2013 como um ano de 24 meses”, diz Nicolas Tingas, economista-chefe da Associação Nacional das Instituições de Crédito, Financiamento e Investimento.

>> Inflação oficial fecha ano de 2012 em 5,84%, diz IBGE >> Mantega anuncia novas medidas de estímulo à economia O ano que começa é um bom momento para testar investimentos de renda fixa alternativos, capazes de oferecer resultado melhor que a poupança e os fundos de renda fixa ou DI. O poupador pode conferir com seu banco, sua corretora ou seu orientador financeiro opções de investimentos considerados de risco baixo ou médio. Entram nessa categoria CDBs (empréstimo para bancos), LCIs (Letras de Crédito Imobiliário) e vários fundos imobiliários e de crédito privado. A variedade à disposição no Brasil não chega ainda a configurar um supermercado de investimentos, mas já dá uma quitanda razoável. “Vale a pena procurar, porque uma pequena vantagem de rendimento fará muita diferença ao longo de alguns anos”, diz Gabriel Leal, diretor da corretora XP. “Entre essas opções, o investidor precisa conferir o que importa para ele: se há garantia do governo para esse investimento (como na poupança ou nos CDBs), quanto ele pode investir, por quanto tempo pode deixar o dinheiro aplicado, se há isenção de Imposto de Renda.”

O ano que começa é um bom período para testar alternativas à poupança e aos fundos DI

Ao lado das novidades, impera nesse mercado o Tesouro Direto, há 11 anos à disposição do poupador. Ele continua subaproveitado, com apenas 326 mil investidores. A rentabilidade anual dos títulos, empréstimos ao governo federal, vem caindo rapidamente, com os juros. Mas ele segue como ótima combinação de segurança e retorno financeiro – principalmente para quem pode deixar o dinheiro investido por alguns anos. Em 2012, o retorno do Tesouro Direto foi de pelo menos 8% – dependendo do título, do prazo e do momento do resgate, a rentabilidade pode ter chegado à casa dos 20% ou 30%. Os mesmos 8% são praticamente um teto para os fundos DI, e a poupança ficou em 6,6%. O dinheiro dedicado a essas opções deve dar ao poupador tranquilidade para honrar dívidas no futuro próximo, cobrir imprevistos e passar por ao menos alguns meses sem renda. Quem já resolveu essa parte e pode ousar mais também precisa prestar atenção ao que muda no novo planeta econômico em que agora vivemos.

>> As ideias inovadoras de alunos e professores do Senai atraem investidores

Ao longo dos últimos anos, houve períodos em que deu certo adotar regras simples para ganhar com ações. O investidor pode ter se dado bem ao aplicar em fundos que acompanhavam o principal índice da Bolsa, o Ibovespa, empresas pagadoras de bons dividendos, setores em forte expansão, como imóveis ou varejo, ou mesmo uma única grande produtora de matérias-primas, como Petrobras ou Vale. Todas as regras simples, no momento, tornaram-se questionáveis. Muitas das ações estão caras, e isso dificulta novas valorizações. Há algumas expectativas otimistas para o Ibovespa, como a ação do Banco do Brasil (ganho de cerca de 17% até o fim de 2013). Mas as apostas, agora, tornaram-se muito pulverizadas. Para quem pode, vale a pena arriscar parte do dinheiro na Bolsa, principalmente neste momento, em que não há euforia com ela. O investimento pode ser feito em fundos de ações ou fundos que incluam ações, como multimercado ou de previdência. Mas não tenha pressa para colher os resultados. Encare 2013 como um ano muito bom – para se preparar para os anos seguintes.